A Catedral de Chartres, também conhecida como Catedral de Notre-Dame, é uma catedral gótica localizada na cidade de Chartres, no noroeste da França.
Geralmente classificada como um dos três principais exemplos da arquitetura francesa gótica (juntamente da Catedral de Amiens e a Catedral de Reims), ela se destaca não apenas por suas inovações arquitetônicas, mas também por suas numerosas esculturas e seus vitrais muito famosos.
A associação da catedral com a Virgem Maria (o suposto véu da Santa é mantido no tesouro da catedral) tornou o local destino de forte peregrinação na Idade Média.
Design e arquitetura
As esculturas monumentais da Catedral de Chartres são valorizadas tanto pela abundância quanto pela qualidade: os grandes conjuntos, relevos e estátuas do Portão Real na entrada da nave, os seis portais e duas varandas que datam de 1210 ao norte e ao sul, entradas para o transepto, oferecem um panorama completo da escultura gótica desde o momento em que rompeu com as tradições românicas para atingir o equilíbrio sutil de idealismo e realismo que caracteriza seu apogeu.
A catedral contém uma imensa quantidade de esculturas, particularmente de figuras, variando de grandes estátuas de colunas a miniaturas. Como o objetivo das esculturas era pregar e instruir, elas retratam principalmente cenas e figuras do Antigo e do Novo Testamentos.
Assim como as esculturas, os 176 vitrais presentes na catedral também apresentavam caráter educativo. As cinco janelas do hemiciclo do coro (um arranjo semicircular) se relacionam de várias maneiras com a Virgem Maria. A rosácea no transepto norte retrata figuras do Antigo Testamento. O transepto sul, que é representativo do Novo Testamento, tem uma rosácea representando o Apocalipse.
Importância histórica da Catedral de Chartres
Chartres tem sido um importante centro cristão desde o século IV d.C., quando era a sede dos bispos. A presença de uma catedral na cidade é atestada pela primeira vez em registros históricos em 743 d.C., quando o duque da Aquitânia saqueou a cidade e a destruiu. O povo de Chartres construiu um novo, mas, infelizmente, durou apenas um século e foi incendiado quando o líder viking Hastings invadiu a cidade no ano 858.
Sem se deter, o povo logo teve uma terceira catedral, que foi dedicada à Virgem Maria e consagrada em 876. Foi nessa época que a catedral recebeu sua mais famosa relíquia sagrada, o Sancta Camisia, um pano que se pensava ter sido usado por Maria quando ela deu luz a Jesus Cristo. Dada por Carlos Careca, neto de Carlos Magno, a relíquia ainda hoje está guardada no tesouro da catedral.
O Sancta Camisia não apenas prometeu proteger Chartres de futuros ataques, mas também atraiu muitos cristãos de todas as partes do mundo que queriam ver por si mesmos. A catedral estava agora a caminho de se tornar um grande centro de peregrinação, e também atraiu os doentes ao ganhar reputação pelo sucesso de seu tratamento curativo de nove dias.
Desde então, foram tomadas providências para melhor lidar com todos esses visitantes, o piso da catedral, por exemplo, recebeu uma inclinação suave para ajudar na lavagem e alguns dos painéis dos vitrais podiam ser removidos facilmente para dar ao local uma boa ventilação.
Outro ataque a Chartres parecia iminente em 911, mas desta vez a população poderia pedir proteção a Sancta Camisia. As forças do líder viking Rollon se encontravam do lado de fora da cidade, prontas para fazer seu ataque final, mas quando o bispo de Chartres desfilou a relíquia sagrada nas muralhas da cidade, os nórdicos se retiraram, Rollon ainda mais tarde se converteu ao cristianismo.
Além de ser um foco de peregrinação, Chartres também ganhou uma reputação como um centro de aprendizado. Os monges beneditinos do mosteiro St-Pèren-Vallée, nos arredores da cidade, eram conhecidos por sua produção acadêmica, mas ainda mais famosa era a academia da catedral.
Patrimônio Mundial da UNESCO
Chartres emergiu com relativamente pouco dano das revoltas políticas e religiosas do século XVI e sofreu menos danos do que a maioria das catedrais durante a Revolução Francesa (1787-1799).
Depois que um incêndio danificou o telhado em 1836, uma série de restaurações foi realizada durante o século XIX. Em 1979, a Catedral de Chartres foi designada como Patrimônio Mundial da UNESCO. Durante o final do século XX, os esforços de preservação concentraram-se em proteger o vitral da catedral dos danos causados pela poluição do ar.
A Catedral de Chartres foi considerada um modelo desde a sua construção, devido à novidade e perfeição das peças técnicas e estéticas adotadas. Todos os elementos que fizeram dela uma referência arquitetônica, em particular sua nave e coro, permanecem intactos.
Adições posteriores no final da era gótica (Capela Vendôme, pináculo noroeste, Clock Pavillon), Renascença (claustro de coro), Era clássica (desenvolvimento do coro Victor Louis), Era industrial (estrutura de ferro Emile Martin) e Contemporânea (criação de vitrais) não alterou a pureza do conjunto.
Propriedade do Estado, a Catedral de Chartres é listada como Monumento Histórico desde 1862. Como tal, goza de medidas de conservação financiadas e implementadas diretamente pelo Ministério da Cultura e Comunicação. Está incluído no excelente patrimônio da cidade de Chartres, com um plano de salvaguarda e aprimoramento em vigor. Legalmente reconhecido como um edifício católico, não pode ser usado para nenhum outro culto.
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Fontes
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